segunda-feira, 28 de março de 2011

O PRECONCEITO GRITA!!!!!!!!

Bullyng, preconceito é disso que se fala tanto atualmente. Li um texto fantástico do cantor e ator Leo Jaime em seguida fui obrigada a ver na TV um entrevista do nojento deputado Bolsonoro no CQC, que nojo! como que as pessoas podem eleger um cara desses???? até quando? quantos gays,negros, gordos precisarão ser axincalhados e mortos pras pessoas pararem pensarem e se não entenderem ao menos respeitarem essa humanidade heterogênea, diferente e mista que somos... até quando???? segue o texto de Leo Jaime e o vídeo da entrevista do deputado, por favor repassem não se calem diante de tamanha barbaridade

Gordo é o novo preto

Quando Felipe França aqui desembarcou com 3 medalhas, uma de ouro e duas de bronze,  vindo do último campeonato mundial de piscinas curtas, o que se comentava era seu peso. Com 100 KG e 14% de percentual de gordura ele era mais do que um grande atleta:  era a prova de que condicionamento e forma física não são necessariamente a mesma coisa.
Tenho os mesmos 14% de percentual de gordura. Ao longo dos anos fui aumentando de peso sem aumentar o percentual. A barriga cresce e é lá que guardo a perigosa gordura visceral. Estou sempre lidando com esta questão médica, e chata, mas tenho me mantido em forma e aumentado o peso magro, ou seja, adquirido músculos com muito exercício. Portanto, posso dizer que estou bem condicionado. Dito isto, vamos ao real incômodo da minha condição. Chega de me justificar. Detesto fazer isto.
Ao longo dos anos ouvi, e ainda ouço, inúmeros “nãos” profissionais com a justificativa de que minha aparência não é boa, preciso perder peso, pareço decadente etc. Passei 18 anos sem gravar um CD com minhas composições, e percebi que ninguém se interessava em sequer ouvir as novas canções. Embora eu já tivesse emplacado várias no nosso cancioneiro, parecia que estava claro para todo mundo que a minha barriga tinha substituído o meu talento.  Curiosamente o público nunca acreditou nisso e continuou a me tratar com carinho. Durante este tempo todo! Coleciono mais sucessos que fracassos  em tudo o que fiz no teatro, shows, TV, rádio ou em textos publicados na imprensa ou divulgados na internet. Considero ter conseguido vencer a resistência, mas não posso negar que ela exista e é muito forte. “Nadando contra a corrente, só pra exercitar”...
Voltando ao início: se um atleta pode ser medalha de ouro estando “acima do peso” seria correto dizer que existe um “peso” ideal? Nas olimpíadas os atletas têm os mais variados tipos físicos e, sim, alguns são “gordos”. Mas vamos olhar por outro ângulo.
Quando a adolescente lourinha matou os pais a pauladas em São Paulo, o comentário mais ouvido era “Como foi que uma moça tão bonita fez uma coisa dessas?” Como se gente bonita não matasse ninguém. Claro, os comerciais de TV só mostram rostos perfeitos, e todo mundo entende que são pessoas perfeitas. Será? Quando vi pela TV os bandidos fugindo da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão não me lembro de ter visto um bando de gordinhos. Eram até bem atléticos e “magros”.
O título deste artigo se refere a um movimento americano, “Fat is the new black”. Repare que a tradução não é “o novo negro” mas sim “o novo preto”. É uma expressão do mundo da moda: o novo preto é aquilo que parece ser a óbvia boa escolha; o que não tem erro: o pretinho básico. Ainda que seja óbvia a sugestão de que gordos são, para muitos, “the nigger of the world”, o que o tal manifesto combate ferozmente.   
A maior parte da população do mundo está acima do “peso”, se é que existe um “peso”, e todos vamos ter que nos adaptar a esta realidade. Todos são ou vão ser gordos, ou gostar de um gordo, ou admirar um gordo, ou ter prazer com um, seja em que nível for. Conviva com esta ideia, amigo ou amiga. Não são os bonitos os que vão lhe dar prazer mas aqueles que querem lhe dar prazer e vão se esforçar para que você se dê conta disto. E, acredite, portadores de deficiências, magrinhos, carecas, altos, baixos, estão todos no páreo. O desejo transcende a forma. Beleza é uma coisa, gostosura é outra.
Neste manifesto (fat is the new black) americano há uma série de perguntas do tipo: você diria a alguém “Olha, você até tem um rostinho bonito, só precisa engordar uns quilinhos. E você sabe muito bem como, não é? É só ter um pouco de vergonha na cara”? Não diria. Por que, então, dizer o contrário parece razoável? E nem chamaria o Keith Richards ou a Amy Winehouse de decadentes porque eles andam muito magros.  Talento, voz, criatividade, profissionalismo, nada disso tem a ver com peso ou aparência física. Será difícil entender isto?
Há um grande, um enorme preconceito. Este sim está muito acima do peso. E parece que o preconceituoso professa sua maledicência com a generosidade dos santos: é para o seu bem! Uma ova! O preconceito contra os gordos é o único tolerado hoje em dia. Ou contra os feios, vá lá! Está claro que, ao contrário do que a arte, através dos séculos estabeleceu,  a partir de 1968 (com Twiggy) ser magricela é que é o tal. As formas arredondadas foram para o brejo depois de 25 vigorosos e rotundos milênios alimentando desejos e fantasias da alma humana.
Elvis é um dos meus heróis e eu prefiro sua fase mais madura. Quando diziam que ele estava decadente, embora cantasse como nunca. Um dia desses uma criança mal-educada quis ensinar ao meu filho que as pessoas ou eram magras ou eram gordas, e as magras eram melhores. Ainda bem que ele esqueceu em um segundo. Quando meu filho olha para mim vê o que eu sou para ele. Quando meu público olha para mim, acontece a mesma coisa. E o resto? O resto que vá para o inferno.
Eu digo que pra mim existem dois tipos de mulher: as que gostam de mim e as outras. E juro que as que gostam de mim são muito mais interessantes. Mulheres, parem com essa obsessão de perder dois quilos! Homens gostam de mulheres companheiras, bem humoradas e boas de cama. Homens, atenção!  Quem repara demais na celulite das moças acaba preferindo bunda de rapaz. Não que eu tenha algo contra isto.  Cada um que descubra o que lhe apraz.
Brincadeiras à parte, deixe-me concluir. Não é preciso aceitar, mas tolerar. Eu é que não sei se tenho estômago para tolerar esse preconceito. Por exemplo: ver o Ronaldo Fenômeno chorar ao despedir-se cortou-me o coração. Seu corpo não o venceu, o preconceito sim.  Aturar anos de humilhação é duro até para os heróis.

domingo, 27 de março de 2011

CARTA PARA O HOMEM QUE MORREU E UM POUCO DE VERDADE VIVA

domingo a noite a saudade bate mais forte, mais doída, dilacera o que ainda resta do coração, bagunça a faxina que a gente fez na cabeça no fim de semana divertido com os amigos. não entendo porque a saudade gosta da noite, deve ser pelo mesmo motivo que o amor gosta das tardes de sol...só sei que a danada insiste em invadir o quarto escuro e se apossar do fim do dia, ela chega e se instala em cada música que você ouve antes de dormir, nas frases que você lê pelos facebooks e twitters alheios, voc~e vira pro canto, ajeita o travesseiro, faz uma prece mas ela tá lá, no canto do quarto se fazendo presente e te lembrando da solidão que virá nos próximos dias...você fecha os olhos e reza logo pra chegar o próximo fim de semana com as amigas, pra falar bobagem e encher a cara. Você fecha os olhos pra dormir e encarar mais uma semana com o peito cheio de saudade, uma dor que não passa.


E deixo pra vocês (pra mim) um texto da Tati Bernardi que eu li e gostei demais....


"(...)Eu passo quieta por você, você passa quieto por mim, e eu ainda escuto o barulho que a gente faz. 
(...)E você já abalou tanto a minha vida. Que pena, agora você morreu. 
(...)Não morre, por favor. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê. 
Mas você nunca mais me olhou quase chorando, você nunca mais se emocionou, nem a mim. 
Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena. 
Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz. 
De tanto treinar acostumei. 
(...)Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó. 
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos. 
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, transar para sempre. Para dar tempo de seu ser criança, chorar para sempre. 
Para dar tempo de eu ser para sempre. 
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você. 
Antes que eu morresse de amor. Matei você. 
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não."