segunda-feira, 25 de outubro de 2010

a alma em pleno inverno

Chove a pelo menos 10 dias, com a alma mais nublada que o próprio céu, Perséfone olha pela janela do seu quarto, absorta em seus pensamentos ela deixa sua mente divagar pelos seus delírios mais íntimos...
"Minha alma vazia anseia por algo em que eu possa me agarrar, uma razão, um centelha de esperança que me devolva a vontade de viver...um sol que possa aquecer o frio que a solidão me causa. Há tanto tempo não sorrio que quase me esqueço do tom dos meus lábios, arranquei os espelhos das paredes de toda a casa, não suporto me encarar diante dos espelhos, o reflexo é por demais doloroso. Me arrasto pelos cantos do quarto que parece ser maior que um campo de futebol, me sinto Alice quando bebe da poção do encolhimento e se vê diante de todos queles móveis gigantes, mas não quero comer nada que me faça voltar ao tamanho normal, talvez eu tenha caído na toca do coelho de colete.
Oh céus, quanta loucura! é delírio demais pra uma única pessoa. Larguei a análise já faz um pouco mais de um mês, nem ao menos atendo as chamadas da secretária do Dr Crsitovão, não suporto dar explicações, ainda mais quando elas não existem. Cansei de falar por horas a fio com um senhor que apenas ajeita as hastes dos óculos e resmunga coisas que não compreendo.
Sabe quando você sente falta de alguma coisa que não sabe o que é? Porque me sinto assim, qual a razão de uma jovem que tem de tudo (não suporto quando minha mãe usa essa expressão) se sentir tão deprimida?! Cansada de buscar respostas e ao invés de obter disso conseguir apenas mais questões que não
consigo resolver...."
Cantarolando qualquer música que representasse todo seu sofrimento Perséfone olhava pela janela e se dava conta que finalmente parara de chover, resolve se levantar se arrastando como um moribundo que perdeu sua alma ela se joga na cama e se entrega aos sonhos que tanto a atormentam

continua....

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